Sandro Macedo

Formado em jornalismo, começou a escrever na Folha em 2001. Passou por diversas editorias no jornal e atualmente assina o blog Copo Cheio, sobre o cenário cervejeiro, e uma coluna em Esporte

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Sandro Macedo
Descrição de chapéu Olimpíadas 2024 Argentina

Atrás da Argentina nas medalhas, não

Passo a defender que vale o número total de pódios para a classificação, não importa a corzinha do metal

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Este escriba, em momento pouco humilde, imagina que muitos torcedores brasileiros que acompanham o olimpismo em Paris desligaram a tela do quadro de medalhas.

Tudo bem, algumas coisas são esperadas. Para ganhar qualquer medalha é preciso derrotar os melhores do mundo, no mínimo, alguns deles. O sorteio da chave às vezes dá errado. No dia da competição pinta aquela gripe. O equipamento some. O uniforme aperta. A raquete quebra. O juiz erra, mesmo com VAR (ah, se John Textor fosse olímpico, não queria nem ver).

Mas para tudo há um limite. E este escriba, que deveria levar alguma ponderação ao querido leitor e à querida leitora, perdeu qualquer ponto racional de comentário com a constatação que segue: ficar atrás da Argentina no quadro de medalhas não dá. Ponto final.

José Torres Gil, com a medalha de ouro conquistada no BMX Freestyle
José Torres Gil, com a medalha de ouro conquistada no BMX Freestyle - Esa Alexander/Reuters

Já passamos por muita coisa nos últimos anos. Nossos melhores jogadores são peixes de Messi, no máximo. Voltamos ao período de seca na Copa América, com dois títulos seguidos deles. E até a Copa, em que eles choravam a cada quatro anos, agora ganham.

Mas nas Olimpíadas, não. Os argentinos têm uma delegação de 148 pessoas, pouco mais que a metade da brasileira.

Mas nesta quarta-feira (31), eis que o hermano José Torres Gil faturou a primeira medalha argentina em Paris, de ouro, no ciclismo BMX, no belo parque urbano da Place de la Concorde —o mesmo em que Rayssa Leal levou o bronze.

A história dos vizinhos sul-americanos nos Jogos não enche uma série de streaming —uma série curta, talvez. Entre Melbourne-1956 e Sydney-2000, não ganharam nenhum ouro. Voltaram ao lugar mais alto do pódio só em Atenas-2004, duas vezes (futebol e basquete, com Ginóbili).

Neste século, os argentinos conquistaram ao todo nove ouros, incluindo o de Gil. O Brasil, no mesmo período, ganhou 25, incluindo nenhum de Paris.

Dito isso, até a publicação desta coluna, a Argentina ocupa a 22ª posição no quadro de medalhas de Paris-2024. O Brasil, com uma prata e três bronzes, é o 30º.

Desta forma, este escriba mudou de ideia e passa a defender o sistema que muitos americanos pregam como o mais correto para averiguar o quadro de medalhas: vale o número total, não importa a corzinha do metal.

Se fosse dessa forma, o Brasil seria o 10º do ranking, empatado com Hong Kong e Suécia, ou algo assim.

E os argentinos cairiam para 32º, atrás de Índia, Kosovo e Coreia do Norte. Muito mais justo. Ah, e os americanos ficariam evidentemente em primeiro, parabéns para eles.

Está na hora de o COB tomar uma providência pela moral dos telespectadores e forçar a mudança da agenda de algumas provas. Vamos disputar o salto, na ginástica artística feminina, antes do individual geral.

E o surfe masculino? Qual a necessidade de fazer quartas de final e semi? Vamos logo para a final, com todo mundo na água. Medina, pela foto que circulou o mundo, sai com um ponto de vantagem. Me parece justo.

Depois do primeiro ouro brasileiro, posso rever mais uma vez a ordem correta para a divulgação do quadro de medalhas.

Merci, Macedo

Como integrante do clã Macedo, este escriba gostaria de parabenizar o judoca Rafael Macedo pela boa campanha nesta quarta, quando ficou próximo da medalha de bronze. Nunca um Macedo chegou tão perto de uma medalha olímpica (que eu me lembre). Continuamos na torcida pela Macedônia do Norte.

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